SÍNTESE REFLEXIVA DA TERCEIRA SITUAÇÃO PROBLEMA DO PRIMEIRO MÓDULO
Felizmente, o grupo tem mostrado
desenvolvimento. Os debates da abertura têm sido cada vez mais organizados, o
que ressalta o processo de construção por qual o grupo está passando, porém, ainda
há pressa em formular os objetivos, o que compromete o debate e a formulação de
hipóteses e consequentemente resulta na formação de questões de aprendizagem nem
sempre tão claras, o que tem gerado, em alguns alunos, dúvidas sobre o que
estudar.
Em relação a minha participação na
abertura, acredito que esta foi produtiva, identifiquei os objetivos com facilidade,
porém, assim como todo grupo, senti dificuldade em debater algumas coisas devido
a falta de conhecimento prévio sobre alguns tópicos do debate.
Durante a abertura, levantei a
hipótese de que a má formação cardíaca do feto tinha sido causada exclusivamente
pela rubéola contraída pela mãe no primeiro trimestre da gravidez, porém, em
meus estudos observei que o álcool ingerido pela mãe pode provocar alterações
congênitas no órgão (coração).
Em relação a rubéola, foi nítido a
falta de conhecimento prévia geral sobre esta uma vez que não é uma doença com
a qual convivemos. Conforme o Ministério da Saúde, é uma doença aguda e altamente contagiosa
causada por um vírus que não causa a morte; a importância epidemiológica desta
doença é a Síndrome da Rubéola-Congênita, que ocorre em fetos, cujas mães
contraíram a doença durante a gravidez, principalmente no primeiro trimestre,
ou seja, este vírus é considerado teratogênico, e os fetos podem apresentar malformações
cardíacas, surdez, lesões oculares e outras.
Na medicina, é importante que o
médico observe, que, em muitos casos não há apenas uma causa para a alteração
ou patologia, o que pode ser nitidamente observado nesta situação problema uma
vez que tanto o álcool quanto a rubéola podem causar alterações cardíacas. Além
disso, cabe ao médico, ao perceber alguma alteração no feto, mesmo que não significativa,
desconfiar da existência de outras mais graves. Um exemplo dado na sessão
tutorial foi referente a orelha do RN, quando esta encontra-se dobrada ou malformada
pode-se desconfiar de más formações renais, uma vez que, embriologicamente, o
desenvolvimento destes ocorre no mesmo período, conforme observado no livro de embriologia
clínica, após a sessão tutorial.
Apenas com os fatos apresentados na SP
é complicado dizer qual seria a má formação cardíaca apresentada pelo bebê. O
que se sabe é que é uma alteração que não causa cianose. Desconfia-se que seja a
persistência do ducto arterioso, estudos observaram que tanto o álcool quanto a
rubéola podem causar esta alteração cardíaca.
Durante
o debate observarmos que Rosemeire teve um parto prematuro e que o bebê nasceu PIG
(pequeno para idade gestacional) e discutimos o que poderia ser a causa desta
alteração. Em meus estudos observei que a prematuridade tem múltiplas causas,
baseando-me nos artigos de número 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 8 citados abaixo. O uso de
álcool e de cigarro durante a gestação estão entre as causas da prematuridade.
O etilismo pode causar efeitos ao feto durante toda a gestação, sendo o mais
grave deste a síndrome alcoólica fetal (danos ao SNC), causando anomalias neurológicas,
craniofaciais, déficit de crescimento e disfunções comportamentais, vale
ressaltar que o fígado do feto ainda é imaturo (como estudado em outra SP) e
não tem capacidade de metabolizar o álcool, de modo que a substância circula
mais tempo no organismo fetal, provocando alterações na transferência de aminoácidos
essências. O fumo, porém, é mais
prejudicial ao feto no terceiro trimestre provocando hipóxia devido ao aumento
das concentrações de CO no sangue e à vasoconstrição (que diminui o fluxo
placentário), causada pela nicotina.
Consideramos
também a gravidez de Rosemeire como uma gravidez de risco, o que justifica seu
encaminhamento para o CAISM. A rubéola, a idade, o não compartilhamento da
gravidez, o uso de bebidas alcoólicas e cigarro, justificariam esta ação, uma
vez que no CAISM a atenção dada é maior, realizando-se um pré-natal mais
completo e com mais orientações a mãe.
Um fato que
me chamou a atenção na situação problema foi o índice de APGAR do RN, que foi considerado
bom, isso comprova, mais uma vez, o que foi discutido na primeira SP, quando
comentamos que o APGAR elevado não indica que o bebe não possui quaisquer alterações.
Durante o
fechamento, busquei me posicionar na maioria dos objetivos, evitando repetir a
fala dos meus colegas, uma vez que isso torna o processo cansativo para todos
os presentes. A construção do aprendizado em equipe tem evoluído a cada fechamento.
Em relação às aulas de práticas
funcionais, não se estabelece correlação com o conteúdo discutido na sessão
tutorial, realizamos a dosagem sérica de Ferro para rastreamento de anemias. Observa-se
um atraso semanal.
No morfofuncional, o roteiro continua
desconexo e o conteúdo abordado em aula não está, muitas vezes, presente no
roteiro.
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