SÍNTESE REFLEXIVA DA TERCEIRA SITUAÇÃO PROBLEMA DO TERCEIRO MÓDULO


Mais uma vez, acredito que, nesta abertura nosso grupo evoluiu e o debate foi menos polarizado e mais homogêneo, conseguimos conviver com as opiniões divergentes de maneira respeitosa. Acredito que o grupo apresentou conhecimento prévio em nível satisfatório, criamos hipóteses bem formulas, e algumas foram comprovadas em nossos estudos. Acredito ainda que não tivemos dificuldade em identificar as questões de aprendizagem, bem como formula-las de maneira clara e objetiva.
Em relação ao meu papel como relatora, fiquei relativamente satisfeita. Me sinto muito bem neste papel, uma vez que tenho certa facilidade em identificar os principais pontos e tentar sintetiza-los de maneira coerente, relacionando o pensamento dos meus colegas com o meu.
Durante a abertura, cometamos sobre algumas patologias: osteopenia e osteoporose, e apesar de não sabermos diferencia-las com detalhes, compreendemos a importância do diagnóstico diferencial entre elas, através dos exames de densitometria óssea, uma vez que ambos estão relacionados com a diminuição de massa óssea, porém em escalas diferentes. A osteopenia faz parte do processo do envelhecimento, mas obviamente deve ser evitada através de alimentação, exercícios físicos e até suplementação; a osteoporose pode ser descrita como uma doença multifatorial, que engloba fatores genéticos, estado nutricional, realização ou não de atividade física, dosagem hormonal e já deve ser compreendida como um processo mais grave, no qual a densidade do osso encontra-se extremamente diminuída e o individuo está muito sujeito a fraturas; essas fraturas em idosos são preocupantes, uma vez que a correção cirúrgica é necessária em 98,9% dos casos e pessoas de idade mais avançada tem elevado risco cirúrgico segundo a American Society off Anestesiology, ainda assim, passados os riscos cirúrgicos a recuperação dos idosos é extremamente lenta e, muitas vezes, não é possível retomar a vida cotidiana, estando assim, as fraturas em idosos associadas a altos índices de morbidade e mortalidade. Considerando assim o alto risco de uma fratura em idosos, faz-se necessário estudar as causas destas lesões e observa-se que a maior parte das fraturas ocorre como resultado de quedas da própria altura, originadas por fatores intrínsecos ao idoso (baixa acuidade visual, tonturas, hipotensão ortostática, sarcopenia, deslocamento do centro de gravidade etc.) ou por fatores extrínsecos (vasos sanitários baixos, tapetes, mesas de centro, ausência de corrimões e escadas), assim, conclui-se que a prevenção de quedas é fundamental para garantir maior qualidade de vida ao idoso.
Discutimos sobre a osteoartrite, também chamada de doença articular degenerativa, caracteriza-se pela degeneração da cartilagem articular; ressalta-se que, apesar do sufixo “ite” sugerir uma inflamação, o processo é considerado intrínseco e consequente do envelhecimento, devido a alterações nos condrócitos, células que sintetizam a maior parte dos componentes da matriz e as fibras de colágeno tipo II. A doença pode ser dolorosa e dificultar a mobilidade dos indivíduos portadores, assim, o tratamento é fundamental. Dentre os tratamentos não farmacológicos recomenda-se fortalecimento muscular e hidroginástica, porém, em diversos casos o tratamento farmacológico se faz necessário, através do uso de anti-inflamatórios, esses medicamentos podem trazer diversos riscos se utilizados por um longo período de tempo: os anti-inflamatórios não esteroides (AINE´s) são inibidores das enzimas COX, que estimulam a produção de prostaglandinas, assim, com o baixo nível de prostaglandinas pode ocorrer insuficiência renal (devido isquemia da medula resultante da vasoconstrição provocada pela diminuição dessa substancia), ulceras gástricas (devido a maior concentração de HCl no estômago resultante da diminuição da concentração de prostaglandinas), e menor capacidade de coagulação; já os esteroides tem efeito imunossupressor no organismo, deixando o indivíduo mais suscetível à infecções, esses fármacos provocam também distúrbio hidroeletrolítico, dificuldade de cicatrização e podem induzir a diabetes (uma vez que aumentam a gliconeogênese hepática e diminuem a captação de glicose pelas células, levando a hiperglicemia) e podem diminuir a absorção intestinal de cálcio e aumentar sua eliminação pelo rim, causando hipocalcemia, além disso, os corticoides diminuem o número e atividade dos osteoblastos e aumentam a função dos osteoclastos.
Outro tópico fundamental do nosso debate foi a senescência do sistema osteoarticular, tópico este que gerou bastante divergências no fechamento, provocando desconforto entre os estudantes. Para que compreendamos o envelhecimento desse sistema devemos compreender um pouco sobre a composição óssea: osteoblastos e osteoclastos. Sabe-se que os osteoblastos são responsáveis pela construção da matriz óssea e os osteoclastos pela reabsorção, a divergência se deu no que acontece com essas células ao longo do envelhecimento. O que ocorre é que os osteoblastos têm sua atividade diminuída, ocorrendo, portanto, diminuição da construção óssea, no entanto, os osteoclastos não sofrem alterações em número ou em atividade, mantendo portando o mesmo nível de absorção, porém, como não está ocorrendo reposição, a densidade óssea torna-se cada vez mais baixa. A confusão se dá uma vez que se comenta que há aumento da degradação óssea, e por falha na interpretação, considera-se que há aumento da atividade dos osteoclastos. Neste momento da discussão fui bastante incisiva em defender o que havia estudado, por ter feito meus estudos em fontes atualizadas e confiáveis, e acreditar que eventuais dúvidas devem ser sanadas por meio de debate pelo grupo, evitando assim “cabides”, no entanto, neste caso não pode ser evitado e o assunto será novamente discutido.
Em meus estudos, como citado, busquei fontes confiáveis; sinto dificuldade em estudar por livros, que, em sua maioria, não trazem as informações mais atualizadas ou por um único artigo, uma vez que sinto a necessidade de sempre desconfiar do que leio e de comprava-los através de diversas fontes. De certa maneira, a pesquisa variada me ajuda a consolidar o conhecimento, uma vez que observo diversas explicações sobre a mesma teoria, em contrapartida, em alguns momentos perco bastante tempo buscando por fontes confiáveis.  
No fechamento, apesar de um pequeno desentendimento em relação ao acima exposto, o grupo conseguiu retomar a harmonia e realizar um debate adequado. Como relatora, fiquei bem satisfeita com a minha participação, acredito que apesar de participar menos da discussão fiz colocações interessantes, e o grupo em geral participou de maneira mais homogênea.  Buscarei manter minha participação como neste fechamento para garantir a aprendizagem comum e homogênea do grupo.
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